segunda-feira, 19 de março de 2012

Valoração econômica dos impactos ambientais de tecnologias de plantio

A expansão da fronteira agrícola nos Cerrados com a produção agropecuária em larga escala amplia os custos ambientais, porém sua intensidade depende essencialmente da técnica de plantio adotada. O estudo valora economicamente, através do Método Custo-Reposição (MCR), os impactos ambientais de tecnologias de plantio de soja e milho em região de Cerrados. No caso da soja a adoção do plantio direto eleva o custo de produção em 0,47%, mas provoca uma redução de (- 81,22%) no custo ambiental. No cultivo do milho, os custos de produção do plantio direto são (- 5,92%) menores do que os referentes ao plantio convencional e provoca uma redução no custo ambiental em (- 29,43%). Na região específica do estudo os danos ambientais anuais causados pelo plantio convencional foram estimados em R$ 317.213,39 e no plantio direto de R$ 81.375,76. A adoção do plantio direto nas culturas de soja e milho demonstra sua maior eficácia social pela redução do processo erosivo dos solos e do assoreamento de recursos hídricos.
As tecnologias utilizadas pelos produtores rurais em regra são escolhidas por sua eficiência e rentabilidade econômicas. Entretanto, estas opções tecnológicas, ao causarem danos ambientais, afetam negativamente o bem-estar de outros agentes que utilizam os recursos ambientais comuns. Especificamente, a medição dos impactos ambientais dos pacotes tecnológicos disponíveis ao produtor rural trás uma importante contribuição para o debate do dilema existente entre eficiência econômica e eficácia social associado às escolhas técnicas feitas por agentes maximizadores de lucros.
Historicamente, os Cerrados brasileiros, com a expansão da fronteira agrícola na região a partir da década de 1970, passaram a ser sistematicamente ocupados pela produção agropecuária em larga escala. O modelo tecnológico dominante na exploração agrícola nos Cerrados é profundamente dependente de insumos externos (calcário e fertilizantes) produzidos por grandes indústrias do setor químico. Este modelo representado pela expansão de commodities e suas tradicionais técnicas de plantio são responsáveis por vários impactos ambientais nos solos, nos recursos hídricos e na biodiversidade.
A partir da década de 80, na região de Cerrados, principalmente devido aos problemas relacionados com a erosão dos solos e a vinda de agricultores do Sul do país, os produtores passaram a procurar outras alternativas tecnológicas, dentre as quais se destaca o plantio direto. Porém, neste período histórico o plantio direto era considerado inviável economicamente para os Cerrados, a não ser em uma situação de muito longo prazo). Já na década de 1990, o plantio direto apresentou uma redução em seus custos devido à queda do preço do herbicida dessecante, assim possibilitando sua utilização econômica devido sua aproximação com os custos da tecnologia convencional. No caso do milho o plantio direto chegou a apresentar custos de produção menores que a alternativa tradicional (RODRIGUES, 1999).
Este artigo tem o objetivo de valorar economicamente os impactos ambientais de tecnologias de plantio de soja e milho em região de cerrados. Pretende-se problematizar a relação entre a eficiência na combinação de insumos e seus custos privados com a geração das externalidades ambientais e seus custos sociais. A partir da mensuração dos impactos ambientais é possível através da análise custo-benefício comparar diferentes alternativas tecnológicas – plantio direto e plantio convencional – quanto sua eficiência econômica e eficácia social.
Sou Henrique Mendes Fiorini, tenho 17 anos moro em Cornélio Procópio.